O aumento na demanda mundial de alimentos, a produção de biocombustíveis e a redução dos estoques mundiais de alimentos, está causando elevação dos preços das comodities agrícolas e preocupação quanto ao suprimento de alimentos da população mundial (GOMES, 2008), assim deve-se buscar uma maior produção com menores custos.
A determinação dos custos de produção possui diversas finalidades como, analisar a rentabilidade das atividades e viabilidade econômica, determinar parâmetros para tomada de decisões, como tecnologias utilizadas, variedades, máquinas e equipamentos, uso de irrigação, sistema de plantio, uso de corretivos, fertilizantes e defensivos.
A cultura do milho tem sua importância econômica caracterizada pelas suas mais diversas formas de uso, podendo ser desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. O uso do milho nos últimos quinze anos saltou de 475,83 milhões de toneladas, no ano de 1989/1990, para 680,24 milhões de toneladas, na safra 2004/2005. O Brasil figura como o quinto país em crescimento no consumo, com a maior parte do produto sendo destinado à produção de ração animal, representando cerca de 70% do consumo mundial (BRASIL, 2007).
No Brasil, a cultura se sobressai em virtude de apresentar uma área cultiva de 13,83 milhões de hectares na safra 2010/2011 e uma estimativa de crescimento para 14,55 em 2011/2012, com produtividade de 57, 51 milhões de toneladas em 2010/2011 e estimativa de 59,21 milhões de toneladas para a próxima safra (CONAB, 2012).
Na última safra, a média brasileira de milho foi de 5.400 kg/ha, considerada baixa em comparação com outros países como os Estados Unidos. Porém, se consideramos a média de 10 anos atrás, cerca de 3.400 kg/ha, o Brasil vem mantendo uma taxa de crescimento de produtividade na ordem de 5% ao ano. Muito superior à própria soja, que neste mesmo período aumentou a produtividade numa taxa de 1,6% a 1,8% ao ano.
Em dez anos ou pouco mais, o Brasil saiu de uma produção de milho de 35 milhões de toneladas, numa área de plantio aproximada de 12,3 milhões de hectares, para mais de 82 milhões de toneladas em 15,12 milhões de hectares. Aumentamos a área de plantio com milho em 30% e a produção em mais de 200%. Estes são números incontestáveis que demonstram o grande crescimento da qualidade tecnológica da cultura do milho no Brasil.
Exigências hídricas
O milho é uma cultura muito exigente em água. Entretanto, pode ser cultivado em regiões onde as precipitações vão desde 250 mm até 5000 mm anuais, sendo que a quantidade de água consumida pela planta, durante seu ciclo está em torno de 600 mm.
O consumo de água pela planta, nos estádios iniciais de crescimento, num clima quente e seco, raramente excede 2,5 mm/dia. Durante o período compreendido entre o espigamento e a maturação, o consumo pode se elevar para 5 a 7,5 mm diários. Mas se a temperatura estiver muito elevada e a umidade do ar muito baixa, o consumo poderá chegar até 10 mm/dia.
A ocorrência de déficit hídrico na cultura do milho pode ocasionar danos em todas as fase. Na fase do crescimento vegetativo, devido ao menor elongamento celular e à redução da massa vegetativa, há uma diminuição na taxa fotossintética. Após o déficit hídrico, a produção de grãos é afetada diretamente, pois a menor massa vegetativa possui menor capacidade fotossintética.
Na fase do florescimento, a ocorrência de dessecação dos estilos-estigmas (aumento do grau de protandria), aborto dos sacos embrionários, distúrbios na meiose, aborto das espiguetas e morte dos grãos de pólen resultarão em redução no rendimento. Déficit hídrico na fase de enchimento de grãos afetará o metabolismo da planta e o fechamento de estômatos, reduzindo a taxa fotossintética e, consequentemente, a produção de fotossimilados e sua translocação para os grãos.
Exigências térmicas
A temperatura ideal para o desenvolvimento do milho, da emergência à floração, está compreendida entre 24 e 30ºC. Comparando-se temperaturas médias diurnas de 25ºC, 21ºC e 18ºC, verificou-se que o milho obteve maior produção de matéria seca e maior rendimento de grãos na temperatura de 21ºC.
A queda do rendimento sob temperaturas elevadas se deve ao curto período de tempo de enchimento de grãos, em virtude da diminuição do ciclo da planta. A planta de milho precisa acumular quantidades distintas de energia ou simplesmente unidades calóricas necessárias a cada etapa de crescimento e desenvolvimento. A unidade calórica é obtida através da soma térmica necessária para cada etapa do ciclo da planta, desde o plantio até o florescimento masculino.
O somatório térmico é calculado através das temperaturas máximas e mínimas diárias, sendo 30ºC e 10ºC, respectivamente, as temperaturas referenciais para o cálculo. Com relação ao ciclo, as cultivares são classificadas pelas empresas produtoras de sementes em normais ou tardias, semiprecoces, precoces e superprecoces.